Eu, má e sem coração, só que melhor e mais sentimental do que os outros, penso nas maravilhas que o mundo teria se todo mundo escrevesse bem. Ou menos mal. De qualquer forma, acho uma surpresa agradabilíssima quando encontro alguém ahn... que se destaca, gramaticalmente falando - e poeticamente, também.
Desse jeito, encontrei Matheus. Gesticulando em excesso e, de quando em quando, falando coisas bonitas, tornei-me amiga daquela pessoa que, como eu, é uma coisa e escreve outra - essas incoerências da vida.
Então, sem freio ou receio, deixo aqui um pedaço do Matheus. Digo, não do Matheus. Bom, vocês me entenderam.
Inóspita Trindade
de Matheus Lecas
"Eu sou um e um também é três. O dia, a tarde e a noite. O ódio, a indiferença e o amor. A cabeça, o tronco e os membros. A razão, a confusão e a emoção. O frio, o morno e o quente. Eu vivo nas negras e densas floresta da mente, caminho pelos vales do pensamento e já subi as tortuosas trilhas do coração. Eu sou o mais novo paradoxo.
De manhã, eu me odeio, acordo e penso de maneira estratégica nas coisas que vou fazer. Levanto as barreiras do meu mundo para todos. Sou parte do frio que expulsa os que tentam visitar as densas florestas da mente. De tarde, não faço questão de nada, minha barriga ronca de fome enquanto estou absorto na confusão dos pensamentos, e eles giram dentro da minha cabeça com uma força impressionante. De noite, amo minha vida, falo enquanto balanço as mãos e aponto para o fogo vindo das colinas e em seguida corro como uma besta selvagem, meu sangue é magma jorrando do coração cortado. Eu sou um e um também é três. Eu sou o mais novo paradoxo."
Angústia.
Há 6 anos
3 comments
Comment by Anônimo on 18 de junho de 2010 às 12:29
Comment by Anônimo on 18 de junho de 2010 às 12:30
Li e reli. Li e reli várias vezes. Não sei o que dizer, não sei como agradecer. Eu não escrevo bem, nem com freqüência, eu apenas, aleatóriamente, escrevo. A questão acima do bem ou do mal, do coração ou da falta de, de ser o que se escrever ou não, é sentimental, circunstancial. Escrevo o que sinto, o que muda de acordo com cada situação. Mas, no final, é sempre uma válvula de escape, a pausa e o respiro. Li, reli, por vez, escrevi... e ainda não sei como agradecer por cada linha escrita revelando o que vê em mim e de alguma maneira, também vejo em ti.
Comment by Unknown on 20 de junho de 2010 às 13:56
Caramba, muito bom. Escreve muito igual a você!
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