eu cheguei à uma conclusão.

Como você bem sabe, desde que vovó morreu que toda a minha percepção sobre vida mudou. Enquanto meu marujo tem problema com a morte, eu tenho problema com a vida.

Não é como se fossemos ganhar um prêmio de felicidade eterna. Não é como se fossemos chegar a algum lugar. A vida é um processo de penúria e, como toda penúria, ela não leva a lugar nenhum.

Nesse momento, estou no meio do oceano, sem nada no horizonte, e minha solidão só dói tanto assim porque não estou sozinha.

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a saudade voltou.

É como se o mar trouxesse de volta o que nunca saiu de mim. Toda essa saudade do melhor amigo que mudou tanto, tanto, que eu nem notei. A maresia corrói. E fundo. Não sei como, nem porquê vim parar aqui, desse jeito. Só sei que essa sensação tem que ser engarrafada e jogada longe, bem longe de mim.


Num dia, finalmente, quando eu tiver que voltar a pensar nisso, já será tarde e hora de dormir.

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apresento-lhe a volta, a conclusão e a força.

- A volta -

Então, depois de ir pra longe e voltar - e ir pra longe de novo -, eu estou de volta for good. Desbravei mais um mar, mais coisas novas e vi mais um monstro: a saudade. É difícil de acreditar no quanto influencia em nossas vidas, e em como nos cercam e sufocam e nos afastam da luz.

Depois de alfajor, latinos sujos amigos e frio, voltei pro calor e pra feiúra exacerbada, prestes a ir embora de novo. Da outra vez, contei com outros 10 marinheiros, de origens diversas e que não precisam de astrolábios ou qualquer outro tipo de auxílio: eles têm a mente nas nuvens.

Monstros nos atacam o tempo todo, mas só um verdadeiro marujo sabe como matá-los, permanecendo intactos e preparados para mais uma luta. Sabe, cabeça erguida e - acima de tudo - razão? Então, nem todos da vida do mar têm essas grandezas... nem têm tal luxo.


- A conclusão -


Sabe, capitã, eu já vi de tudo. E senti, também. Eu vi o bom, o mau e o indiferente; o bonito, o feio e o ordinário; o escuro, o claro e o neutro; o forte, o fraco e o inerte; o bem, o mal e o equilíbrio. De tudo isso, de todas as análises que eu pude fazer, de todas as observações que puderam ser feitas, de todas as ponderações a se levar em consideração, de todos os "ps"s que eu pude usar e de todas as aspas que a relatividade e a falta da palavra exata pode dar, eu extraio uma única conclusão, verdadeira e absoluta.

Essa conclusão é igual à teoria de justiça de Rawls, a qual pode ser aplicada em qualquer momento da história e em qualquer lugar do espaço, sem deixar lacunas ou espaços de respiração, sujeitos às interpretações audaciosas dos incautos que não a entendem. Ela não distingue cor, sexo ou classe social, nem cultura, inteligência (apesar desse fator influenciar em grande escala os mentalmente mais fracos) ou beleza (mesmo que, sendo unida ao quesito anterior, forneça uma enorme quantidade de suposições apreciáveis por sua apelativa lógica).

Então, capitã, você sabe mais do que eu sobre o que estou falando. Minha conclusão é tão antiga quanto à vontade de matar, tão lógica, clara e óbvia quanto o navio em que nossos primeiros "tataras" navegaram. Ela é universal, absoluta e linda, característica que não pode faltar em nenhuma conclusão feita por mim - mesmo que outras bestas pessoas não compartilhem do mesmo pensamento. Pois bem, capitã, concluo que as pessoas são más. Um "Rousseau-má", mas sem nunca ter sido, antes, boa.



- A força -


Dear Great Captain, às vezes, eu acho que Deus existe. Ou alguma força onipresente, potente e ciente. Não importando o que essa enorme massa amorfa e sem comprovação científica é, eu penso que ela é genial e certa. Justa, também. Sabe, peixe, se a Força Maior tivesse me dado músculos como os do Renny, o mundo estaria salvo perdido. Honestamente, se eu pudesse bater nas pessoas gratuitamente, assim como eu distribuo meu ódio, teríamos uma baixa de 5% da população. Por semana.

Não ache, no entanto, que eu sou maluca. Não tenho os músculos de Hulk - digo, do Renny -, o que impossibilita a minha ação de limpeza mundial. Mas tá na vibe. Em breve, quando eu dominar o mundo e for responsável pelos atos legais mais arbitrários da história, eu providencio uma forma de acabar com meus desafetos. Eu e o Glorioso. Prevejo um futuro próspero.



Bezi no heart, capitã. Ah, e desculpa a ausência.

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eu me importo demais.

E, às vezes, mais do que os demais.
Capitã, eu tenho medo de ficar sozinha.

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me permita...

Devaneios meus que, em momentos oportunos ou não, me envolvem e me sequestram, pra lugares distantes, distintos, reais. Se a vida nos mostrasse quem nos seria importante no futuro, nossos amigos, nossos amores, com quem viajaríamos, os aniversários que comemoraríamos, teríamos adoráveis surpresas. Ou incríveis colapsos mentais.

Nessa maré de prováveis besteiras, na, provavelmente, maior besteira pouco provável de dar certo - a vida -, penso nisso como meu. Tomo como exemplo o meu caso, no auge do brilho de meus 11 anos, quando frequentava a quinta série, brincar de bonecas era coisa de gente mais nova, Yellow Submarine era meu hit do momento e a MTV ainda não era um total desastre. Se alguém virasse e me apontasse meu atual melhor amigo, meus 3 conjuntos de pessoas preferidas, meus programas, meu gosto, minhas adorações, eu daria as costas, porque essa pessoa estaria errada.

Eu gosto, no entanto, da forma como as coisas ficaram, das surpresas que tive. Mas, se eu me afastar de agora e me transportar pra 7 anos à frente... não, capitã. Não pensarei nisso. Me permita ficar assim, do jeito que estou até não quiser mais. Até uma onda de novidades me encharcar por inteira, levando tudo o que tenho quando evaporar com o sol.

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essa carta não é pra você.

É como se, de uma forma estranha e temporária, eu abandonasse um pedaço de mim.

Love of my life, calcule a hora.

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it's Britney, bitch.

Eu, cada vez que escrevo, cada vez que sorrio, cada vez que choro, grito, penso, falo, escondo, modifico, olho, crio, destruo, configuro, desenho, assimilo, ando, pisco, toco, escuto, faço minhas sinapses. Cada vez que procuro, que acho, que confundo, que perco, navego, me encontro e me perco. Cada vez que amo, que odeio, que vivo e morro aos poucos, que me identifico, que me pergunto aonde estou, que sossego, que me reviro, que pulo, me movo, descanso meu corpo. Cada vez que sinto, desejo, imagino. A cada momento que o mundo ganha alguma coisa de mim, ele tira outras. Ele tira... pequenos pedacinhos de mim, do que eu sou, do que eu construí, do que se vê. Há 18 anos, o mundo vem tirando esses pedacinhos e, agora, noto que ele tirou vários. Milhares de pequenos pedaços de mim. Hoje, desgastes, falta de sintonia, surpresas tentam tirá-los de mim. Mas eu não vou deixar. Prefiro, tripulantes, me jogar ao mar, antes. Portanto, não esperem que eu caia, que eu me diminua, porque, hoje, eu deixei de ser vulnerável a tudo isso.

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